Medicina Hiperbárica
Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB), ou hiperoxigenação hiperbárica, é um método terapêutico no qual o paciente é submetido a uma pressão maior que a atmosférica, no interior de uma câmara hiperbárica, respirando oxigênio a 100%.
O efeito primeira da terapia com OHB é aumentar a concentração de oxigênio na corrente sanguínea (plasma), estimulando o processo de cicatrização e combatendo infecções. A disponibilidade de oxigênio favorece condições teciduais para que as funções de defesa locais voltem a funcionar causando um efeito anti-infeccioso e anti-inflamatório.
A oxigenoterapia hiperbárica é um tratamento no qual os pacientes respiram 100% de oxigênio enquanto se encontra dentro de uma câmara hiperbárica pressurizada. Para o tratamento de feridas, os regimes de tratamento com HBOT são de 1,5 a 2 horas por tratamento para 20 a 40 tratamentos e até 60 tratamentos, se necessário.
Principais indicações
- Feridas da pele e lesões dos músculos
- Tratamento de complicações da ferida pós-operatória
- Tratamento de feridas causadas por Radioterapia
- Colite, Retite e Cistite Actinicas
- Infecções dos ossos (Osteomielite) e Oste-oradionecrose
- Feridas e Úlceras das pernas
- Trauma com risco de amputação de membros
- Queimaduras térmicas e/ou elétricas
- Feridas de difícil cicatrização; Escaras e Úlceras
- Enxertos ou retalhos comprometidos e/ou de risco
- Feridas do 6 "Pé Diabético"
Dúvidas frequentes
Tem dúvidas sobre a medicina hiperbárica? Veja as dúvidas frequentes abaixo:
O QUE É OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA?
Oxigenoterapia hiperbárica é uma modalidade terapêutica na qual o paciente respira oxigênio puro (100%), enquanto é submetido a uma pressão 2 a 3 vezes maior que a pressão atmosférica ao nível do mar, no interior de uma câmara hiperbárica.
QUANTO TEMPO DURA UMA SESSÃO?
Na maioria dos protocolos estabelecidos, a duração de uma sessão varia de 90 minutos a 2 horas.
COMO O OXIGÊNIO É ADMINISTRADO AO PACIENTE?
Através de máscaras e capacetes de plástico apropriados para esta finalidade. Existe ainda a possibilidade, em se tratando de câmaras monopacientes, de o paciente respirar o oxigênio diretamente da atmosfera da câmara, quando esta é pressurizada com este gás.
COM QUE FREQUÊNCIA O TRATAMENTO É REALIZADO?
Como regra geral, o paciente necessita submeter-se a uma sessão diária, 5 a 6 vezes por semana.
QUANTAS SESSÕES DE OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA SÃO NECESSÁRIAS?
O tratamento de doenças crônicas demanda a aplicação de um número maior de sessões, enquanto que as doenças agudas, tais como as relacionadas com acidentes e traumas, exige a administração de um número menor de sessões
QUAIS SÃO AS INDICAÇÕES PARA OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA?
Feridas de difícil cicatrização (por exemplo, as de pessoas acamadas por um longo período e nos pés de diabéticos);
Infecções graves com destruição muscular, de pele, ou gordura subcutânea;
Lesões de bexiga, intestinos, ossos e cérebro, causadas tardiamente por radioterapia;
Esmagamentos e amputações traumáticas;
Infecção crônica dos ossos;
Procedimentos de cirurgia plástica reparadora, quando se recobre uma ferida com pele ou músculos retirados de outra parte do corpo do próprio paciente, com risco de insucesso;
Presença de bolhas de ar na corrente sanguínea (“embolia gasosa arterial”), complicação passível de ocorrer após a realização de alguns procedimentos médicos;
Queimaduras extensas;
Coleção de pus ou ar no cérebro, causados, respectivamente, por processo infeccioso e trauma.
OS PLANOS DE SAÚDE COBREM ESTE TIPO DE TRATAMENTO?
Sim, desde que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) editou a Resolução nº 211/2010, atualizada pela RN nº 262/2011, na qual foi inclusa a oxigenoterapia hiperbárica no Rol de Procedimentos, este tratamento passou a ser de cobertura obrigatória pelas operadoras de planos de saúde e seguradoras.
A OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA PODE SUBSTITUIR O TRATAMENTO CONVENCIONAL AO QUAL VENHO ME SUBMETENDO?
Não. Com exceção dos acidentes de mergulho, a terapia hiperbárica é um método de tratamento adjuvante, que não substitui o tratamento convencional, mas sim o potencializa, tornando-o mais eficiente. Deste modo, medidas, tais como: antibioticoterapia, cuidados com a ferida e cirurgias, devem sempre ser associadas à oxigenoterapia hiperbárica.
TENHO QUE RETIRAR O CURATIVO E EXPOR A FERIDA DURANTE A SESSÃO DE OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA?
Não, uma vez que o oxigênio é administrado por inalação, alcançando a lesão através da corrente sanguínea.
DEVO ESTAR EM JEJUM PARA SER SUBMETIDO À OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA?
Não. O paciente que necessitar ser submetido a tratamento com oxigênio hiperbárico não necessita estar em jejum, muito pelo contrário, é desejável, principalmente em se tratando de diabéticos, que estejam fazendo regularmente suas refeições, a fim de que tenham as taxas de açúcar no sangue estáveis.
TENHO CÂNCER, POSSO REALIZAR ESTE TIPO DE TRATAMENTO? É POSSÍVEL QUE AS CÉLULAS CANCERÍGENAS SE MULTIPLIQUEM DEVIDO À OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA?
Não. Este assunto, já foi debatido exaustivamente e concluiu-se, baseado em extensas pesquisas científicas, que o oxigênio administrado sob pressão não estimula o crescimento de tumores, quer sejam malignos ou benignos.
O QUE VOU SENTIR DENTRO DA CÂMARA HIPERBÁRICA?
Quando alguém está sendo submetido a um ambiente de maior pressão que aquela observada ao nível do mar, em câmara hiperbárica, sente os mesmos efeitos do mergulho no fundo do mar, pois a variação de pressão para mais é comum às duas atividades. O sintoma mais comumente observado relaciona-se com o aparecimento de sensação de diminuição da audição, como quando uma pessoa se desloca de um local situado na montanha para outro localizado em uma planície (“desce a serra”), a qual pode ser perfeitamente evitada e/ou controlada através de manobras próprias realizadas pelo paciente no interior da câmara.
CASO EU ME SINTA MAL DENTRO DA CÂMARA DURANTE O TRATAMENTO, O QUE PODE SER FEITO?
As sessões de oxigenoterapia hiperbárica são mandatoriamente monitoradas por um médico hiperbárico, familiarizado com esta terapia que, em casos de urgência, tomará as medidas necessárias para a rápida identificação e resolução do(s) problema(s) apresentado(s), interrompendo, se preciso for, o seu tratamento.
Lesões tratáveis com Oxigênio Hiperbárico
Agudas
- Queimaduras;
- Traumatismos de ossos e/ ou partes moles;
- Gangrenas ou outras necroses;
- Abscessos, celulites;
- Síndrome de Fournier;
- Infecção e outras complicações pós-operatórias.
Crônicas
- Pés diabéticos;
- Úlceras crônicas de extremidades;
- Osteomielites crônicas;
- Lesões actínicas (pós-radioterapia);
- Chron e retocolites ulcerativas.
Ortopedia e Traumas:
- Traumas isquêmicos de extremidades (esmagamentos, desenluvamentos, fraturas expostas, perdas de substâncias, ruptura de vasos);
- Traumas em locais previamente comprometidos (áreas necróticas, isquêmicas, irradiadas, etc);
- Traumas em áreas nobres: face, pescoço, mamas, períneo, genitália, mãos e pés;
- Traumas com infecção secundária;
- Progressão das lesões traumáticas iniciais;
- Lesões por abrasão de pele;
- Acidentes por agentes biológicos (esporão de arraia, mordedura de animais, etc);
- Pneumoencéfalo e pneumocrânio;
- Fraturas expostas.
Feridas:
- Infecções refratárias / Germes multirresistentes;
- Locais nobres e/ou de risco: face, pescoço, períneo, genitália, mãos e pés;
- Perda de enxerto ou retalho pélvico;
- Fundo pálido (isquêmico);
- Osteomielite associada;
- Possibilidade de amputação;
- Presença de fístula;
- Ausência de sinais de cicatrização;
- Fundo irregular;
- Feridas em locais previamente comprometidas (áreas necróticas, fibróticas, isquêmicas, irradiadas, etc);
- Feridas extensas ou profundas.